sábado, 10 de julho de 2010

Precisamos melhorar a imagem do jogador brasileiro

A torcida do Flamengo está em choque. As mãos do homem, do goleiro, do capitão, do ídolo que levantaram a taça mais importante do clube nos últimos anos estão, agora, algemadas. A tragédia que culminou na prisão de Bruno pelo assassinato de Eliza Samudio afetou, além do clube, os profissionais da área no Brasil, cujas imagens já possuem inúmeros arranhões.

Os preconceitos e generalizações aos jogadores de futebol no Brasil são incontáveis e inimagináveis em outros países. Para o brasileiro que trabalha honestamente, jogador de futebol é um cidadão ingorante, sem cultura, "vagabundo" em boa parte dos casos, que vê no futebol sua única saída para crescer na vida. Falar mal da postura de jogadores no Brasil já é praxe. O cidadão só esquece que é o mesmo jogador xingado, criticado, apelidado e injustiçado por ele que lhe dá alegrias, emoções e títulos. O jogador de futebol faz o país feliz. Mexe com todos. Algumas vezes, de forma negativa.

O caso de Bruno serve para reforçar a tese que muitos defendem, de forma injusta, que jogador de futebol só não migrou para o crime organizado graças ao futebol. Mentira. Tese falsa. Contrariada por exemplos que venceram na vida, no futebol e jamais ingressariam na vida do crime. Kaká é um deles. Não por ser de classe média. Não por ter nascido em cidade grande. Não por ter estudado. Mas por ter caráter, o que Bruno não teve. Aliás, nunca teve. Bruno sempre foi um goleiro mau-caráter, que responde às críticas da forma mais violenta possível. E matou uma mulher. Por dinheiro. Simplismente por dinheiro, o que não lhe falta. Não mesmo.

Mas nem todo jogador é como Bruno. Nem todo jogador é mau-caráter. Brasileiro tem que parar com essa mania de que jogador de futebol é mau-caráter. Não que não haja jogadores desse tipo. Pelo contrário. Contudo, os que fogem à essa "regra" são muitos. Independente da origem, da cor, etnia, classe social e econômica. Isso depende da formação familiar do jogador. Ou não. Depende, na verdade, do caráter dele. Como um político. Se é corrupto, é mau-caráter, mas nem todo político é mau-caráter. Há exceções.

O caso Bruno não pode servir para reforçar a tese de muitos brasileiros. O futebol não pode deixar. Claro que os amantes do esporte, temos que combater todo esse tipo de mau-caratismo. Mas não podemos, de forma alguma, por lenha numa fogueira injusta, que queima pessoas de injustamente. Afinal, há ainda muitos jovens talentos por surgirem. E com caráter.  Isso tudo arranha muito a imagem do jogador de futebol.

1 comentários:

Gislene Farion disse...

"O jogador de futebol faz o país feliz. Mexe com todos. Algumas vezes, de forma negativa."

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